sábado, 3 de maio de 2014

Boletim Especial: Regionais do Interior



Boletim Especial
Regionais do Interior

A eleição para a 18ª diretoria da Adufg, que ocorrerá no próximo dia 07 de maio, revela-se um momento decisivo na história da entidade: após 20 anos de prevalência de certo modelo de sindicato muito solidificado, uma concepção nova emerge, na forma de chapa de oposição. Para os colegas mais antigos, que lutaram audaciosamente para construir nosso sindicato numa época de violenta repressão, esta é a oportunidade de dar mais um passo na construção de uma organização forte, democrática e transparente. Os novos colegas aqui estão, como os demais, no mesmo momento de decisão — o ponto onde a estrada da história se bifurca, e é preciso escolher um caminho: de um lado está um sindicato já conhecido e testado, disposto apenas a continuar sendo o que é desde 1995, sob o controle do mesmo grupo restrito de pessoas; do outro lado, um grupo formado há pouco, de organização aberta, que se apresenta lembrando que a Adufg é dos professores, e que propõe que a estrutura e funcionamento da entidade reflita isso. Mas como avaliar o significado dessas alternativas para as Regionais do interior?

O significado da Chapa 1 para as Regionais do interior
Não é difícil fazer uma projeção do que seria a atuação da Adufg nas Regionais do interior, caso a Chapa 1 seja eleita: como se trata de uma continuação das gestões anteriores, basta observar, na conduta de nossos dirigentes sindicais, que caminho estão seguindo. Isso pode ser feito de maneira mais precisa se considerarmos separadamente dois períodos decisivos da atuação das direções do sindicato ligadas ao grupo hoje hegemônico.
Catalão 1
Situação até 2011
Entre 2007 e 2012 foi executada expansão do Reuni, com todos os conhecidos desdobramentos para a precariedade das condições de trabalho. A expansão foi sem dúvida positiva para a consolidação doscampi do interior, mas a implantação atropelada e o orçamento estrangulado criaram uma série de problemas novos, sem necessariamente resolver os antigos. A longa paralisação da construção do Prédio Multi-funcional em Catalão é emblemática. Redes de esgoto ausentes, instalações elétricas incompletas ou mal dimensionadas são típicas. Problemas de acessibilidade nos prédios novos estão em toda parte. Muitas vezes os professores precisam apelar para o improviso, e mais que todos os que atuam no interior. Em Jataí faltam computadores, e o número de gabinetes é insuficiente para os professores. Em Goiás a situação é ainda mais grave: a simples orientação de TCC ou estágio requer uma verdadeira “caça às salas”, pois, além de não haver gabinetes para os professores, as salas de aulas são escassas.
Que tipo de intervenção a Adufg realizou nos campi fora de sede para reverter a tendência de agravamento da precariedade introduzida pela expansão? Os campide Catalão e de Jataí são antigos: ambos já têm mais de 30 anos de existência. Que presença tem tido lá a Adufg — e, particularmente, que presença tem tido desde 1995, quando o grupo a que se vincula a Chapa 1 assume o nosso sindicato?
Situação entre 2012 e 2014… ou mais
Dois fatos marcam uma mudança na atuação do sindicato nesse período: a migração do Andes para a Proifes e a greve nacional de 2012. A relevância destes dois acontecimentos para a avaliação do significado da presente eleição está relacionada às dificuldades que eles trazem para a manutenção do controle do grupo atualmente hegemônico sobre o sindicato:
  1. A greve, no processo de seu desenvolvimento na UFG, tornou evidentes as práticas manipuladoras, centralizadoras e pouco transparentes de nossa direção sindical, dando ensejo à organização de um largo setor do professorado contrários a essa prática.
  2. Quase automaticamente, a adesão ao Proifes colocou a nossa direção sindical em competição com as associações existentes em Jataí e Catalão, em relação às quais já de antes demonstrava certa hostilidade.
Catalão 2
Com isso é possível entender a mudança seletiva nas ações da Adufg nas Regionais do interior — Catalão e Goiás continuam negligenciadas, mas em Jataí as ações se intensificam. Por quê? Em Catalão a ADCAC estava consolidada, e os filiados da Adufg são poucos. Em Goiás, embora a Adufg não tenha concorrente, quase a totalidade de seus filiados apoiam intensamente a oposição sindical que se formou depois de 2012. Para a direção do sindicato havia muito pouco a ganhar implementando ações nessas duas localidades — seja a curto prazo, para fins eleitorais, seja a longo prazo, para o projeto de eliminar as demais organizações da categoria no estado de Goiás.
Em Jataí o quadro era outro. A ADCAJ estava enfraquecida em 2012 (embora tenha se recuperado desde então), e o número de filiados da Adufg em Jataí é grande. Jataí torna-se, portanto, o espaço privilegiado de disputa para o grupo atualmente hegemônico na Adufg. O enfrentamento se dirige a dois inimigos: externamente, é necessário combater a ADCAJ; internamente, a oposição que se formou na greve, e se apresenta agora como alternativa, através da Chapa 2. Para isso implantou lá uma sub-sede, instituiu o “Sabadarte”, firmou convênios, subsidia em torno de 25% da mensalidade do clube da AABB e agora promete a construção de uma sede campestre. O contraste é brutal, quando se compara o tratamento dado a Jataí com o tratamento que recebem as outras Regionais.
Mas isso revela um interesse verdadeiro? O que garante que, se a oposição for derrotada e a ADCAJ desaparecer (a Adufg pode ganhar na justiça o direito de ser o único sindicato do Magistério Superior em Goiás), Jataí não voltará a ser o que era para o grupo que hoje domina o nosso sindicato? O que garante que Jataí não será o mesmo que são hoje Catalão e Goiás? Olhando friamente, esse interesse repentino por Jataí parece oportunista.
As mudanças propostas pela CHAPA 2
Um dos pontos fundamentais de nosso programa é a unidade do movimento docente. Guardadas as especificidades regionais e locais, a UFG é única, assim como os professores são uma única categoria. Devemos evitar regionalismos ou endossar hierarquias entre professores mais ou menos importantes — coisas que favorecem divisões que enfraquecem a categoria. A força de qualquer movimento decorre de sua Unidade. Por isso, para a CHAPA 2, somos todos professores da UFG!
Mas essa unidade não pode servir de álibi para silenciar os graves problemas que são específicos dos ambientes de trabalho no interior. Os problemas de acesso e transporte em Jataí, por exemplo, só foram conhecidos em Goiânia quando os estudantes fecharam os campi Jatobá e Riachuelo. A verdade é que, se os professores da sede na capital sofrem com os mais variados problemas que impedem e dificultam a plena realização de seu trabalho, o processo de interiorização da universidade apresenta dificuldades adicionais para os profissionais lotados no interior.
Fechamento Jatobá
A CHAPA 2 é sensível a essas questões por entender que o sindicato, como legítimo representante dos professores, pode e deve intervir junto às instâncias administrativas da universidade (centrais e regionais) e junto ao poder público (em todos os níveis), na busca de soluções para os problemas que afligem os professores da UFG em seus locais de trabalho. Em conjugação com o propósito de atuar sempre junto com os professores de cada localidade, esta disposição de intervir em busca de soluções é um dos pressupostos fundamentais de nossas propostas para o sindicato. Destas destacamos algumas, que podem interessar às Regionais.
  1. Em nosso programa consta a proposta de fazer uma revisão do Estatuto do sindicato a fim de aperfeiçoar e ampliar os instrumentos existentes de participação dos professores na formulação de políticas e definição de ações para o sindicato. Entre esses instrumentos, está o Conselho de Representantes, que queremos fortalecer, conferindo-lhe mais autonomia e atribuições mais amplas. Precisaremos levar essa discussão para as Regionais para avaliar como fortalecer sua participação no sindicato: uma possibilidade seria criar Conselhos de Representantes Regionais relativamente independentes, mas talvez seja preferível manter um Conselho único, desenvolvendo, porém, mecanismos que garantam a ampliação da presença das Regionais nesse Conselho, para fortalecer ao mesmo tempo a unidade das políticas e uma participação significativa das Regionais em sua elaboração. A solução está aberta, mas estamos comprometidos com ela, e levaremos essa discussão para ser feita no interior.
  2. Propomos também a elaboração de um dossiê sobre condições de trabalho, do qual será extraída uma pauta de reivindicações a ser protocolada na Reitoria, para providências. Isso será feito para todos os campi e, no caso das Regionais, a pauta será protocolada também nas instâncias regionais da administração. Não custa salientar que a ADCAJ e a ADCAC já fizeram um levantamento semelhante, e, uma vez que protocolemos a nossa pauta, a colaboração com elas nessa questão seria favorável a nossa luta por condições dignas de trabalho docente.
  3. Nosso programa prevê também visitas periódicas aos campi do interior, para ouvir dos professores os seus problemas, preocupações, críticas e proposições.
  4. Há uma série de ações em andamento em Goiânia (a maioria por fora do sindicato) relacionada com a luta dos professores pela racionalidade dos critérios de concessão de adicionais de insalubridade. Nossa proposta prevê que o sindicato encampe essa luta, mobilizando todo o aparato jurídico e toda a influência política do sindicato para garantir que sejam respeitados os direitos dos professores nessa questão. Até agora, os professores de Jataí ficaram à margem de todas essas discussões e ações — inclusive das ações judiciais. Desde o início incorporaremos os professores do Jataí nessas discussões e ações.
Enfim. Não temos intenção de acabar com o Sabadarte — não se trata disso. Mas do ponto de vista da efetividade da atuação nas questões sindicais (carreira, condições de trabalho, direitos etc.), e do caráter democrático da prática sindical, a CHAPA 2 constitui de fato uma novidade no cenário da Adufg. Por isso um grande número de colegas já respiram os ares de mudanças. Com efeito, nos colocamos como alternativa de ruptura com o continuísmo. Somos a CHAPA 2, e defendemos a construção de uma Adufg que não pertença a um grupo fechado, mas que seja realmente dos professores. Vote CHAPA 2, porque uma Adufg dos professores é mais Adufg também nas Regionais de Catalão, Jataí e Goiás.
No dia 07 de maio, vote CHAPA 2

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